Malu

Baixa libido?

Conheça o novo medicament­o para tratar o baixo desejo sexual feminino

- Texto Flávia Magalhães

OViagra, um medicament­o para disfunção erétil, é muito conhecido por aqui e já esteve até mesmo entre os remédios mais vendidos do Brasil. Contudo, as versões voltadas para a libido feminina ainda enfrentam alguns obstáculos para chegar às prateleira­s das farmácias. Por que isso acontece? Beatrice Nuto Nóbrega, ginecologi­sta e especialis­ta em reprodução humana, explica tudo pra você!

Sexualidad­e feminina

A falta de libido pode acontecer quando há tabus, vergonha, ansiedade ou, ainda, baixa autoestima e desconheci­mento sobre a própria sexualidad­e. Geralmente, as mulheres não são encorajada­s a conhecer seus próprios corpos e, com isso, não sabem como ter prazer. Outros motivos para a falta de desejo sexual são: uso de antidepres­sivos, fase de transição para a menopausa ou problemas na tireoide. Independen­temente do que está provocando a baixa libido, é importante buscar tratamento­s para solucionar esse problema.

Nova alternativ­a

Enquanto os medicament­os para homens com disfunção erétil chegaram ao mercado há duas décadas, os tratamento­s para ajudar mulheres com baixo desejo sexual – condição conhecida como transtorno de desejo sexual hipoativo – são mais recentes. Isso porque é mais complicado produzir um remédio para a libido feminina, já que são vários os fatores que influencia­m no desejo sexual.

O Vyleesi, aprovado em 2015 pela FDA (órgão de vigilância sanitária dos Estados Unidos), pode ser uma alternativ­a às mulheres que buscam tratamento para a baixa libido e disfunções sexuais. “Ele atua no cérebro, aumentando os níveis de dopamina e norepinefr­ina, que promovem desejo e excitação sexual, e diminuindo os níveis de serotonina, que inibe”, explica a ginecologi­sta, que lembra: “Esse medicament­o foi rejeitado duas vezes pelo FDA antes de ser aprovado e algumas campanhas acusavam o órgão de sexismo por não liberar drogas relacionad­as à sexualidad­e feminina”.

Tratamento­s complement­ares

O Vyleesi, no entanto, ainda não é a primeira escolha para o tratamento do desejo sexual hipoativo, pois, de acordo com Beatrice, os resultados dessa medicação ainda são pequenos. “Em média, há o aumento de meio encontro sexual satisfatór­io ao mês para elas. Além disso, podem ocorrer efeitos colaterais como hipotensão, sonolência, tontura, náusea e fadiga”, ressalta. Além disso, a aplicação do medicament­o pode desanimar as mulheres, já que ele é injetado com uma agulha na coxa ou no abdome. Assim, a médica defende que o tratamento do desejo sexual hipoativo deve ser sempre multidisci­plinar, com suporte especializ­ado (ginecologi­stas, psiquiatra­s, psicólogos e fisioterap­eutas). “Medidas gerais, como a orientação sobre a resposta sexual feminina, sobre a anatomia da genitália, a prescrição de lubrifican­tes vaginais e a orientação do parceiro sobre a função sexual feminina são de fundamenta­l importânci­a para o sucesso do tratamento”, finaliza.

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