Mariana Santos
Mariana Santos usa sua atuação não só para fazer rir: sua profissão é uma ferramenta para cuidar da ansiedade
Terapia na infância
“Eu comecei a fazer terapia com sete anos, porque já tinha indícios de ansiedade no carro. Os trajetos são complicados para mim, chegar nos lugares é muito difícil.”
“Boicotei muitos anos da minha vida”
“O que me salvou é que eu nunca me deprimia. Lógico que tem momentos que você fala: ‘não consegui chegar na esquina hoje’, ‘hoje andei até aqui e passei mal’. Ficava frustradíssima! Eu nunca me cobrei ser perfeita, porém boicotei muitos anos da minha vida, até na carreira. Me boicotei porque era muito mais fácil ficar quieta em casa. Mas a vontade de trabalhar era muito grande, então eu conseguia fazer.”
Tá tudo bem!
“Ninguém é anormal por ter isso, eu estou aqui trabalhando. Se a minha ansiedade vier, eu vou trabalhando com ela e com as minhas questões. Eu sou muito positiva, graças a Deus.”
Auxílio da atuação
“Atuar me levava a sair de casa. Eu gostava tanto de estar no palco, que eu ia passando mal, mas eu ia. Minha mãe ia comigo no metrô, não tinha dinheiro para pegar táxi, e eu ia desenhando círculos nos cadernos, apertando coisas.”
Cuidados na vida adulta
“Depois dos 30 anos, eu comecei a me cuidar melhor. Eu estava num período muito complicado, procurei minha psiquiatra e ela me tratou. Estou livre da medicação. De vez em quando, eu recorro a ela, sim, porque tenho altos e baixos. Não tem cura. Não tem que ter vergonha e medo de medicação.”