Simone Spoladore
Como está sendo a sua volta para a TV Globo? “Está sendo muito legal. Fazia 13 anos que eu não trabalhava aqui e é muito bom voltar madura, revisitar esse espaço. Eu acho que foi um dos grandes motivos que me despertou a vontade de fazer essa novela.”
A Clotilde rouba a cena nos gestos. Como você faz o público gostar de uma personagem silenciosa? “O primeiro filme que eu fiz, eu não falava uma palavra. Foi como se ali eu tivesse começado no cinema mudo, eu aprendi a usar meus olhos, o corpo e a dança. Eu acho que o silêncio revela coisas do personagem que a fala não revela ou, às vezes, a gente até está pensando uma coisa e falando outra. O trabalho do silêncio faz muito essa complexidade do personagem e, no caso da Clotilde, tem uma delicadeza, porque o silêncio dela é delicado.”
Como você construiu a sua personagem?
“A Clotilde do livro (lançado em 1943) tem uma sabedoria interior e gosta muito das coisas simples da vida. Ela não encontra nenhum amor no livro, então, ela tem uma plenitude, é uma pessoa feliz sem nunca ter vivido um amor. Pra mim, a Clotilde, apesar da timidez, é cheia de vida e esse encontro com o Almeida (Ricardo Pereira) vai revelar uma outra Clotilde para ela mesma. Só que ela morre de medo de se entregar para esse sentimento. E o grande aprendizado dela nessa novela é o amor. Eu acho que ela vai sair desse amor idealizado para um amor real.”
O que você espera pra ela? “Eu queria que ela descobrisse uma coisa que ela goste de fazer também, não só descobrir e aprender a amar o Almeida, mas alguma coisa que ela goste de fazer para ela. Mas eu não sei se isso vai acontecer.”