Adriana Esteves
A atriz, que comemora seus 50 anos de vida, comenta sobre os bastidores de Amor de Mãe e sua experiência com a maternidade
AvenidaBrasil (2012) está sendo reprisada no ValeaPenaVerdeNovo. Quais sentimentos você teve ao rever depois de tanto tempo?
“Me senti surpresa e feliz, porque eu tinha muito ciúme e achava que não tinha que reprisar, porque eu queria guardar a memória daquele momento. Afinal, a novela caiu como uma luva no contexto do país. Então eu pensava: ‘deixa lá, foi tão bonito, agora pode ser que não seja a mesma coisa’. Mas é a mesma coisa! Talvez seja melhor, porque a trama denunciou muitas coisas que hoje em dia ainda estão acontecendo, infelizmente. E eu também gosto das cenas, eu gosto daquele elenco e eu me divirto com a novela agora.”
Você está revendo Avenida?
“Estou. Sempre que eu posso, eu vejo. A novela é muito boa, me surpreendo a cada dia, esqueci algumas cenas e quando revejo fico surpresa. Então, quando eu assisto realmente é uma que ‘vale a pena ver de novo’.”
Como você se preparou para viver a Thelma?
“Eu busco, baseando-me no texto sobre assuntos semelhantes aos da história da personagem. Tudo o que você pode imaginar, onde a sua criatividade for... Cada ator é de um jeito, cada ser humano é de um jeito, eu vou até onde a minha criatividade me mandar.”
Que tipo de mãe é a Adriana Esteves?
“Misturou todas as ‘Carminhas’, e ‘Thelmas’. Mas eu sou uma mãe absolutamente comum, igual a todas as outras. Sou uma mãe apaixonada, que protege, que quer o melhor para os filhos, que luta por educação, porque acredita que esse é o melhor caminho e que tenta promover isso o tempo inteiro para eles.”
Você se considera superprotetora como a Thelma?
“Eu não sei se eu sou superprotetora, eu sou protetora, super eu não sei. Não sei se super excede o normal de invasão de liberdade do próximo, mas eu procuro não invadir a liberdade do crescimento deles.”
Como é sua relação com a sua mãe?
“Minha mãe é a luz do sol, para mim ela é a guerreira master e, se você perguntar isso na minha família, todos concordam. São sete filhos, ela é a mais velha, criou praticamente todos os irmãos, depois teve as próprias filhas e sempre com um sorriso de orelha a orelha, com a profissão mais bonita do mundo: professora. O nome dela é Regina Esteves e o meu sobrenome artístico vem dela.”
Como você se relaciona com a Agnes, filha do Vladimir Brichta (marido da atriz)?
“A Agnes é minha bebê. Tenho a oportunidade na vida de conhecer a maternidade das duas formas: a biológica e a não-biológica. Ela é minha filha, é um amor igual aos dos três filhos. Pergunte a uma mãe se há uma diferença entre um amor e outro. Não há! Podem ser sete ou dez e o amor se soma.. Um filho transforma nossa vida todos os dias, meus filhos me ensinam a ser mãe, a gente erra, pede desculpa, fala que não sabia...”
Como é fazer uma novela sobre maternidade sendo mãe?
“Acho que a gente acaba se expondo. Quando a gente entra em um personagem e a gente acredita nele, aquilo ali vira o motivo da nossa vida, então, é claro que eu me exponho, é claro que a emoção que sai em relação a alguma cena é como penso a vida, de tudo que eu passei ao longo da minha existência. Não só da minha trajetória profissional que tem 30 anos, mas da minha vida inteira. Tem ficção ali, mas tem muita realidade também.”
Você é consagrada com tantos sucessos na carreira. O que te faz aceitar uma personagem?
“Aí eu posso te enumerar milhares de motivos para isso.
Convite de Manuela Dias, uma grande autora, mulher brasileira, tive a parceria com ela em Justiça. O José Luiz Villamarim, um dos maiores diretores da televisão e do cinema brasileiro, fizemos uma grande parceria também em Avenida Brasil e em Justiça. Além de poder contar essa história, dessas mulheres, dessas mães. O bônus é estar ao lado de Regina Casé, de Taís Araujo, de Vladimir Brichta, do grande Murilo Benício, se eu começar inclusive aqui a lembrar o elenco eu não pararia de falar, porque é um superelenco que eu respeito e admiro muito.”
Amor de Mãe não tem uma vilã, afinal a vida é a vilã, você concorda com isso?
“Concordo. Porque a vida pode ser muito cruel e não é por causa de um vilão, é por causa de falta de oportunidades das pessoas.”
Como é a convivência com o elenco da novela?
“É um prazer enorme estar ao lado do Chay Suede (Danilo) e passar o dia trabalhando com ele. Muito talentoso, então, ele desperta em mim muita criatividade, me traz uma vivacidade e me impulsiona. Com o Vladimir (Brichta), já é o quarto trabalho juntos. A Taís (Araujo) quer me levar para jantar todos os dias. É um clima de família. Só faltava o Lázaro (Ramos) vir para a novela. Vou pedir para a Manuela (Dias) um romance para Thelma e tem de ser Lázaro Ramos. Vamos fazer uma campanha? Sem falar para a Taís porque ela é par do Vlad.”