Sururu tumultua júri
Primeiro dia do julgamento do Caso Bruno é marcado por estratégia agressiva da defesa
Tensão, abandono do plenário por três advogados e embate entre a defesa e a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues marcaram ontem o primeiro dia do julgamento do goleiro Bruno Fernandes e outros quatro réus do assassinato de Eliza Samudio, emContagem (MG). Defensor de Marcos Aparecido dos Santos, o ex-policial Bola, apontado como o executor da vítima, Ércio Quaresma foi quem adotou a estratégia mais agressiva e virou o centro das atenções.
Durante quase cinco horas, ele alegou cerceamento de defesa, disputou cadeiras com Rui Pimenta, advogado de Bruno, e reclamou até do número de tomadas da sala até anunciar a decisão de abandonar o caso. “A porta de saída é serventia da casa da Justiça”, anunciou a magistrada, que determinou que Bola tem 10 dias para nomear outro defensor, quando será marcada nova data para seu julgamento. Com isso, apenas quatro réus serão julgados agora.
“Essa juíza vai viver um dos piores momentos da sua vida. O que ela vai tomar de requerimento não está na história", provocou Quaresma, que arrancou gargalhadas da plateia ao rebater a decisão da juíza de dar 20 minutos para cada advogado apontar possíveis falhas que poderiam anular o processo. “A lei não estipula tempo. Isso só existe no Código de Processo Penal de Contagem”.
Por ter deixado a defesa de Bola, Quaresma e os advogados Fernando Magalhães e Zanone Júnior vão pagar multa cujo valor vai de R$ 6.220 a R$ 62.220. O promotor do caso, Henry Wagner Vasconcelos, também pediu à Justiça que os três advogados respondam por desacato.