Vício em celular é problema médico
UFRJ oferece tratamento para dependência digital
Ouso exagerado de celular está levando a tratamento médico e internações com mais frequência no Rio. Segundo a psicóloga e doutora em saúde mental Anna Lúcia King, fundadora do Grupo Delete, do Instituto de Psiquiatria (Ipub) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), nos últimos três anos, pelo menos 500 pessoas com sintomas de dependência tecnológica passaram pela unidade, a única especializada em detox digital da América Latina. Boa parte foi orientada a procurar hospitais, pois teve problemas de saúde pré-existentes agravados pelo uso compulsivo de telefone móvel.
“Atendemos uma média de 20 pessoas todas as sextas-feiras (entre 8h e 12h, no campus da Praia Vermelha). É uma quantidade surpreendente. Vários pacientes chegam com a saúde bem debilitada, agravada pela maneira deseducada de se usar o celular, e acabam orientados a buscar ajuda médica especializada urgente”, diz Anna Lúcia. Ela é autora do livro ‘Nomofobia’ (medo de ficar sem celular). Anna Lúcia lembra que umpercentual de 10% da população mundial já sofre de dependência tecnológica.
Para ter direito a tratamento em oito sessões gratuitas para transtornos primários, o paciente tem que se cadastrar pelo email annaluciaking@gmail. com e fazer uma triagem.
Pesquisas indicam que o número de pessoas viciadas em smartphone cresceu quase 60% no mundo entre 2014 e 2015, segundo o Instituto Flurry Analytics. A quantidade de usuários que acessam os dispositivos mais de 60 vezes por dia — parâmetro reconhecido pelo instituto de pesquisas norte-americano como vício — pulou de 176 milhões para 280 milhões em um ano.