Hora do contra-ataque
Com grana das empresas, PM prepara projeto ‘Viagem Segura’ pra atuar nos ônibus
Financiado pela iniciativa privada, um projeto-piloto para reduzir os assaltos nos ônibus deve começar ainda neste semestre. A negociação entre a Fetranspor e a PM está nos ajustes finais. O programa já tem até sugestão de nome, “Viagem Segura”, e seria bancado pelas empresas de ônibus.
Em dois meses, a expectativa é de que PMs do Grupamento de Policiamento Transportando em Ônibus Urbano (Gptou) recebam gratificação extra de R$ 1 mil mensal, além de valetransporte e refeição.
“Atualmente, um dos grandes desafios do Gptou é o baixo efetivo. Temos somente quatro trios para trabalhar por 12 horas, em toda a Avenida Brasil, Centro e Zona Sul. O ideal seria que 10 equipes dessas trabalhassem no período nesses locais”, afirmou o capitão Hugo Leonardo Paiva, comandante do grupamento há um ano.
Uma solução encontrada para o baixo efetivo, que tem a responsabilidade de policiar 8.500 ônibus diariamente, seria a remuneração de outros agentes para, no horário de folga, trabalharem no grupamento.
“Todo o projeto está em fase de análise. Há também proposta de gratificação trimestral em reconhecimento ao número de ocorrências dos policiais do Gptou, que mesmo com toda a dificuldade, é atuante”, disse Paiva.
Na Av. do Contorno, em Niterói, no ponto de ônibus ao lado de onde ocorreu o cerco ao ônibus 409 M em que Jhon Lenon da Silva, 25 anos, manteve 30 passageiros como reféns na terça-feira, o medo continuava ontem. “Aqui tem muitos assaltos, diariamente. É um ônibus que todo mundo pega para trabalhar. Ficamos com medo, mas não temos como mudar”, contou o personal trainer Igor Barta, de 29 anos.