Prefeitura e Liesa aparam arestas
Os dois lados se comprometem a realizar os desfiles
Odescompasso entre a Prefeitura do Rio e as escolas de samba está perto do fim. Emreunião na manhã de ontem, o prefeito Marcelo Crivella e o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Castanheira, se comprometeram a realizar os desfiles. O encontro durou quase três horas e, ao final, alguns representantes de escolas saíram insatisfeitos. Porém, Castanheira se mostrou otimista com os avanços.
“As escolas, a Liesa e a prefeitura vão fazer um esforço para chegar a um consenso e certamente está garantido o carnaval de 2018 com toda a beleza e o trabalho feito com brilhantismo pelas escolas e com o setor público também”, disse Jorge Castanheira.
Crivella reafirmou que dará R$ 1 milhão para cada agremiação, divididos em cinco parcelas de R$ 200 mil, até dezembro, além dos R$ 19 milhões que a prefeitura tem com os custos operacionais para a realização da festa: “Hoje demos o primeiro passo para um acordo. Fundamos o bloco ‘É conversando que a gente se entende’.
Durante a conversa, sambistas questionaram o corte de 50% na subvenção do Carnaval, enquanto outras secretarias do município tiveram apenas 25% de seu orçamento comprometido com a assinatura de um decreto no início do ano, que prevê a redução de custos em toda a prefeitura.
Tambémfoi solicitado pelos representantes do samba que o Imposto Sobre Serviço (ISS), recolhido com a venda dos ingressos para os desfiles no Sambódromo, fosse suspenso. As questões serão avaliadas pela administração e nova reunião foi agendada para a próxima segunda-feira.
Da terra de Padre Cícero, João da Silva Neto, de 62 anos, trouxe na mala quando chegou ao Rio a fé e a esperança de todo cearense. Casado há 30 anos com a Jeane e pai de dois filhos, João ficou desempregado por um longo período, mas a vontade de aumentar a casa em Vilar dos Teles, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, para viver mais confortavelmente com a família, não foi esquecida.
Durante o tempo que ficou sem trabalho fixo, João arregaçou as mangas e entrou de cabeça no mundo das festas infantis, junto com a esposa, que já dominava o assunto. Mas o dinheiro era curto e ainda não dava para “subir a laje”. E quando chegou o grande dia de realizar o antigo sonho, não é que João ficou em dúvida?
Ele foi um dos primeiros sorteados do Rio de Prêmios, bilhete criado pela Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) que mês que vem completa 10 anos de existência. Com os R$ 100 mil que recebeu, João chegou a pensar em fazer um salão de festas no terraço da casa para alugar, mas no final decidiu ampliar o imóvel e fazer um puxadinho, onde hoje funciona a loja de lanches, que é o ganhapão da família. De acordo com os vizinhos, não há batata rosti com carne seca melhor em centenas de quilômetros.
“Minha esposa sempre teve mão para fazer comida gostosa. Durante um bom tempo, trabalhamos com festas infantis, mas a idade foi chegando e resolvemos investir no nosso próprio negócio”, conta João.
‘NÃO DEIXEI DE CRER QUE VOU GANHAR DE NOVO’, DIZ JOÃO DA SILVA
O dinheiro do prêmio rendeu bem, tanto que ele comprou duas motos para os filhos e um carro novo para ele. “Fui um dos primeiros ganhadores do Rio de Prêmios e não deixei de acreditar que vou ganhar de novo. Agora será para comprar uma outra casa própria”, planeja João, que toda semana vai ao ponto de venda adquirir dois bilhetes.