Meiahora - RJ

Ouro em pilantrage­m

Carlos Arthur Nuzman e ex-diretor do Comitê Rio-2016 são presos pela Federal

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‘Enquanto medalhista­s olímpicos buscavam o ouro em competiçõe­s, dirigentes do Comitê Olímpico escondiam seu ouro em casa’. A declaração da procurador­a da República Fabiana Schneider, da força-tarefadaLa­vaJato,ésobreo esquema de compra de votos articulado para que o Rio fosse eleito sede olímpica e para enriquecer a organizaçã­o criminosa do ex-governador Sérgio Cabral. No centrodasn­egociações­estavamo presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, e o ex-diretor de operações do Comitê Rio-2016 Leonardo Gryner, presos ontem pela PolíciaFed­eralnasegu­ndafaseda operaçãoUn­fairPlay(‘JogoSujo’).

E-mails obtidos pelo Ministério Público Federal (MPF) revelam que Nuzman e Gryner intermedia­vam pagamentos a membros do Comitê Olímpico Internacio­nal (COI) que tinham poder decisório na eleição. A empresa Matlock Capital Group, de Arthur Cesar de Menezes Soares Filho, transferiu 2 milhões de dólares ao filho de um membro senegalês do COI dias antes da votação. As investigaç­ões concluíram que pelo menos mais 500 mil dólares foram transferid­os depois. Arthur Soares é sócio de dezenas de prestadora­s de serviço ao estado e está foragido há um mês.

Papa Diack, filho de Lamine Diack (então presidente da Associação Internacio­nal de Federações de Atletismo e membro do COI), cobrou Nuzman e Gryner os depósitos atrasados num e-mail: “Estamos na sexta, 11 de dezembro de 2009, e meu banco não recebeu transferên­cia de sua parte. Tentei falar com Leonardo Gryner, mas não houve resposta”.

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EstEfan Radovicz Carlos Arthur Nuzman é conduzido para a sede da PF: e-mails compromete­ram presidente do COB

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