‘Metralhadora giratória’ de ministro revolta PMs
Torquato Jardim acusa comandantes de serem ‘sócios do crime’
Desdeas8hdeontem,oentra e sai de oficiais do alto escalão da Polícia Militar era intenso no Quartel-General, na Cinelândia. Indignados, eles formaram uma fila para conversar com o comandante-geral da corporação,coronelWolneyDias,sobre as declarações do ministro da Justiça e Segurança Pública Torquato Jardim ao site Uol.
Sem apresentar provas ou dar nomes, o ministro disse que comandantes de batalhões da PM “são sócios do crime organizado no Rio” e que as “nomeações das unidades são feitas por um deputado”. Torquato também considerou que o governador Luiz Fernando Pezão e o secretário de Segurança,RobertoSá,“nãocontrolamaPolíciaMilitar”.Eacredita que a morte do coronel Luiz Gustavo Teixeira, assassinado num assalto no Méier, quinta-feira, foi motivada por“acerto de contas”.
Segundo Torquato, a prisão dos chefes do tráfico em presídiosfederaisfezcomqueocrime, que era vertical, virasse horizontal. “É aí que os comandantes de batalhão passam a ter influência. Não tem um chefão para controlar.Cadaumvaificardonodoseu pedaço.Hoje,oscomandantesde batalhão são sócios do crime organizado no Rio”, declarou o ministro, segundo o site.
AojornalODia,osecretáriode Segurança, Roberto Sá, afirmou queficousurpresocomasdeclarações.“Seeletemprovasdoquedisse,quenosrepassequecortaremos naprópriacarne”,garantiuSá.Perguntadosobreaafirmaçãodoministrodequeele“nãotinhapulso” na PM, o secretário disse que era uma uma declaração injusta.
O comandante-geral da PM, Wolney Dias, disse que comandantesdaPMvãosereunircomo governador.“Eles vão falar sobre a sua indignação com o ministro, que tenta manchar a imagem de toda a corporação.” Em nota, Pezãomostrourepúdio.“Ogoverno do Estado e comando da PM não negociam com criminosos.”