Cadeia Velha é que faz prisão das boas
Procurador afirma que deputados estão ‘empapuçados com dinheiro da corrupção’
nquanto o Rio de Janeiro definha, esses sujeitos se empapuçam com dinheiro da corrupção”. A afirmação foi feita por Carlos Alberto Gomes de Aguiar, procurador do Ministério Público Federal, ontem, sobre a Operação Cadeia Velha. Os sujeitos aos quais ele se referia são o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani; o seu antecessor, deputado Paulo Melo; e o ex-líder do governo na Alerj Edson Albertassi.
Os três parlamentares, todos do PMDB, foram denunciados pelo MPF no âmbito da Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato, e foram conduzidos coercitivamente para depor. Eles são acusados de ter recebido propina de empresários, principalmente donos de empreiteiras e de empresas do setor de transportes.
Segundo a procuradora Andréa Bayão, nos últimos cinco anos, Picciani recebeu R$ 58,5 milhões em propinas, e Paulo Melo, R$ 54,3 milhões. Já Albertassi teria recebido no último ano “mesada” de R$ 60 mil.
“Parte desse dinheiro foi pago a mando do ex-governador Sérgio Cabral por meio de uma conta em nome de Carlos Miranda na Fetranspor. Não significa que esse dinheiro era um pagamento também da Fetranspor. Significa que era uma compensação de vantagens. Sérgio Cabral estava dividindo o proveito criminoso com a Alerj”, explicou Andréa.