Um erro imperdoável
Hospital de Caxias libera corpo trocado para enterro e aumenta dor de duas famílias
Um erro na liberação dos corpos de dois idosos que morreram no Hospital Caxias D’Or, na Baixada Fluminense,prolongou ainda mais a dor das famílias, que agora aguardam decisão da Justiça para conseguir dar o último adeus a seus parentes.
Enquanto a direção do hospital prometeu abrir sindicância pra apurar as responsabilidades, parentes de Maria Rosa da Silva, de 90 anos, tentam obter na Justiça autorização para fazer a exumação do corpo da idosa, que foi enterrado por outra família, na quarta-feira, no Cemitério de Raiz da Serra. Ela foi velada e sepultada pelos parentes do aposentado Cesar Carvalho Lobo, de 74, que havia morrido na noite anterior, vítima de parada cardíaca.
Os filhos de Cesar Lobo estiveram na unidade de saúde e fizeram o reconhecimento do corpo na manhã de quarta-feira.Ao chegar ao cemitério, um sobrinho da vítima,Marco Moreira,notou que havia algo errado ao não reconhecer a pessoa no caixão como sendo seu tio.“Muita gente estranhou. Porém, no calor da emoção e como apenas um pedaço do rosto estava exposto por causa das rosas depositadas sobre o corpo, as pessoas acharam que deveria, sim, ser o meu tio.Alguns justificaram que o rosto estaria diferente porque as pessoas perdem sangue quando morrem”, contou ele.
Registro na 59ª DP
Enquanto isso, Thiago Moraes, neto de Maria Rosa, disse que o hospital demorou a contar ao seu pai sobre o paradeiro do corpo de sua avó.”O hospital provavelmente sabia do caso, mas ficou enrolando o meu pai durante o dia inteiro”, comentou. A família registrou o caso na 59ª DP (Duque de Caxias). “Queríamos fazer o velório dela na Primeira Igreja Batista, em Xerém, que ela frequentava, mas dificilmente conseguiremos velar o corpo da minha avó”, lamentou Thiago.