Passageiros de ônibus reagem com indignação
Sentimento geral foi de revolta com a soltura do trio da Alerj
Libertados ontem, depois de passarem menos de 24 horas na cadeia, os deputados estaduais Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB,sãoacusadosdeembolsarmilhõesdereaisempropinasdosetor detransportes,dinheiroquedeveria ter sido investido pelos empresários de ônibus em melhorias da frotaqueserveàpopulação.Apósa votação que determinou a soltura deles,osentimentoentreospassageirosquecirculavampelaCentral doBrasil,natardedeontem,erade muita indignação e revolta.
“É um absurdo e um descaso com a gente que sofre as consequências diariamente desses desvios de dinheiro”, afirmou a dona de casa Nazaré Bandeira, 58 anos.
No dia em que o Rio registrou altas temperaturas, na casa dos 40º, passageiros reclamavam das péssimas condições dos ônibus.“A refrigeração não funciona, sem falar nos problemas de limpeza. Os ônibus são velhos, sujos e estão infestados de baratas”, reclamou a universitária Denise Fernandes, de 40 anos.
Além dos problemas de conservação, usuários também se queixam da redução da frota e da retirada de veículos climatizados de algumas linhas após a redução da tarifa determinada pela Justiça.“De dois meses para cá, o serviço piorou muito na linha 685. Agora, dificilmente você encontra algum ônibus com ar e na maioria das vezes os veículos são velhos”, disse a aposentada Sandra Silveira, 63.
Os empresários dos quatro consórcios que operam na cidade (Internorte, Santa Cruz, Intersul e Transcarioca) tiveram ontem uma nova derrota na Justiça. A desembargadora Margaret Valle dos Santos, da 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, negou o pedido de efeito suspensivo dos consórcios e manteve a liminar da primeira instância que reduziu o valor da passagem de R$ 3,60 para R$ 3,40.