Da Rocinha ao Vidigal, pânico e muitos tiros
Moradores passam horas no perrengue, e bando incendeia busão na Niemeyer
Há quatro meses a Rocinha é área de combate entre traficantes e policiais. Porém, o dia de ontem superou todos os outros. Das primeira horas da manhã, quando começaram os tiroteios, até o fim da tarde, quando um ônibus foi incendiado na Avenida Niemeyer, próximo ao Morro do Vidigal, foram registrados vários conflitos para desespero dos moradores. O aplicativo Onde Tem Tiroteio (OTT) assinalou recorde de conflitos armados, em um só dia, na favela. Foram oito. Os sucessivos tiroteios deixaram seis pessoas feridas: três suspeitos, dois policiais e um morador. Um quarto criminoso foi preso.
O ônibus foi queimado por volta das 17h50, em represália à prisão de traficante do Vidigal. Há a suspeita que bandidos fugiram da Rocinha pela mata e chegaram ao Vidigal, onde teriam colocado fogo no busão. A via, que liga Leblon e São Conrado, ficou fechada até as 20h. Moradores passaram sufoco pAra chegar ao morro.
O clima no Vidigal teria relação direta com o da Rocinha. As favelas,comUPP,sãodominadas pelo Comando Vermelho (CV). A guerra em setembro começou após Rogério Avelino, o Rogério 157, não aceitar a ordem do exchefe preso, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, para sair do posto de ‘01’. Ele, que era da Amigos dos Amigos (ADA), não aceitouemigrouproCV.Acabou preso em dezembro.