Mosquito do bem no Rio
Fiocruz solta insetos alterados em laboratório para reduzir doenças
AFundação Oswaldo Cruz está lançando uma nova fase de seu projeto ‘Eliminar a Dengue: Desafio Brasil’ (ED Brasil), com a liberação dos chamados ‘mosquitos do bem’ em 14 bairros da Zona Norte do Rio. Insetos da espécie Aedes aegypti, manipulados em laboratório para receber a bactéria Wolbachia — que diminui sua capacidade de transmitir dengue, zika e chikungunya —, são soltos com o objetivo de acasalar com os mosquitos de campo e gerar insetos menos nocivos.
Os bairros incluídos nessa fase são Bonsucesso, Brás de Pina, Complexo do Alemão, Manguinhos, Olaria, Penha, Penha Circular, Ramos, Colégio, Irajá, Vicente de Carvalho,Vila da Penha, Vila Kosmos e Vista Alegre.
A liberação é feita de carro, por técnicos da Fiocruz e, em determinadas localidades, conta com o apoio de Agentes de Vigilância em Saúde (AVS) da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, que fazem a liberação a pé. Na região atendida vivem mais de 600 mil habitantes.
Paraqueomonitoramentoseja possível, o ED Brasil conta com o apoio de ‘anfitriões de armadilhas de mosquito’. São moradores e comerciantes que, voluntariamente, hospedam o equipamento e mantém o compromisso de, semanalmente,receberostécnicos que fazem a coleta dos mosquitos capturados. Ao todo, são 645 anfitriões nos 14 bairros escolhidos.
Nos laboratórios da Fiocruz, esse material passa por uma análise para identificar a presença da Wolbachia nos Aedes aegypti. Por meio desse acompanhamento, é possível verificar a evolução da população de ‘mosquitos do bem’ em relação aos mosquitos de campo, que não possuem a Wolbachia.