Exército pede mandados de busca coletivos no Rio
Ministro da Defesa afirma que a medida é necessária, mas divide as opiniões
Apesar de um plano prático da intervenção federal na área da Segurança do estado do Rio não ter sido divulgado ainda, o ministro da Defesa,RaulJungmann,jáassinalou uma medida que pretende adotar: o pedido de mandados de busca coletivos. O anúncio dividiu opiniões no próprio sistema judicial. Enquanto a Defensoria Pública do Estado é contra, a Advocacia-Geral da União pretende usar todos os recursos para concretizar a decisão.
Ontem, tropas militares já foramvistasnasruasdoRioedeoutras cidades do estado, com base nodecretodaGarantiadaLeieda Ordem (GLO), não da intervenção.“Não há carta branca. Militares não estarão exercendo papel de polícia, o que temos de novidade é uma intervenção federal na parte do Executivo”, explicou Jungmann. O pedido do mandado coletivo é do próprio comandante do Exército,general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas.
Jungmann não disse para onde o general quer o mandado, masexemplificoudeformagenérica: “Em lugar de você dizer rua tal, número tal, você vai dizer digamos uma rua inteira, uma área ouumbairro.Aquelelugarinteiro épossívelquetenhaummandado de busca e apreensão”.
AdefensorapúblicaLíviaCassere, do Núcleo de Direitos Humanos(NDH),disseque“vêcom preocupação esse tipo de instrumento ser defendido pelo ministro, pois a intervenção não apaga a Constituição da República”.