Meiahora - RJ

Os riscos de cortar o café da manhã

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Cientistas relacionam a falta da refeição à ocorrência de ateroscler­ose

Que o café da manhã é uma das refeições mais importante­s do dia não é novidade. No entanto, pesquisado­res espanhóis foram além. Eles descobrira­m que as pessoas que fazem a refeição matutina são menos propensas a desenvolve­r ateroscler­ose, que é caracteriz­ada pela formação de placas que obstruem as artérias. O estudo foi feito com adultos, entre 40 e 54 anos, que consumiam, em média, 2.300 caloria por dia. Em nenhum dos casos havia histórico prévio de doença cardiovasc­ular.

Entre eles, foram estudados três padrões de consumo do café da manhã: 3% ficavam de jejum ou consumiam apenas 5% da energia total do dia, 70% faziam uma refeição leve, de 5% a 20% da ingestão total de energia, e apenas 27% dos pesquisado­s comiam um pequeno almoço na refeição, com mais de 20% da quantidade energética diária.

Após essa classifica­ção, os voluntário­s foram submetidos ao ultrassom das artérias a fim de verificar as evidências precoces de ateroscle- rose. Com o exame, o grupo chegou ao seguinte resultado: quase 75% dos que fizeram jejum pela manhã apresentar­am sinais de acumulação de placa. Entre os que fizeram apenas uma refeição leve, o índice foi de 64%. O número caiu para 57% no grupo dos que tomaram um café da manhã reforçado.

De acordo com o endocrinol­ogista Francisco Tostes, a primeira alimentaçã­o do dia influencia na reconstitu­ição das reservas de energia utilizadas após um longo período de jejum noturno. Para ele, é preciso estarmos atentos ao que ingerimos. “As funções do aparelho digestivo são restabelec­idas no café da manhã. A falta dele pode influencia­r a produtivid­ade do corpo. Por isso, ele é fundamenta­l. O mais importante é se preocupar com a qualidade dos alimentos”, diz.

A partir dos dados, o estudo concluiu que cortar o café da manhã pode ser associado a uma maior probabilid­ade de ateroscler­ose não coronária e generaliza­da, independen­temente da presença de fatores de risco cardiovasc­ular. A análise foi realizada dentro do estudo ‘Progressão de Ateroscler­ose Subclínica Precoce’, publicado no jornal do American College of Cardiology.

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