Orlando Diniz é preso
Presidente da Fecomércio é acusado pelo MPF de desviar recursos da instituição
Opresidente afastado da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio), Orlando Diniz, e outros três diretores de sua gestão foram presos ontem pela Polícia Federal acusados de desvio de recursos da instituição com o apoio do ex-governador Sérgio Cabral. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Diniz contratou, pelo Sesc e Senac, do sistema Fecomércio, pelo menos seisfuncionários“fantasmas”apedidodeCabral,oquegeroudespesa de R$ 8 milhões.
Entre os funcionários fantasmas estava a chef e governanta do Palácio Guanabara, na gestão de Cabral, que fazem parte do Sistema Fecomércio, e eram controlados por Diniz. A chef tinha remuneração men- sal de R$ 18.248,00. “Identificamos que Cabral solicitou a Diniz a contratação dessas pessoas ligadas a ele e até de amigos de infância para atender seus interesses pessoais. Alguns deles nunca compareceram para trabalhar nessas entidades”, disse o procurador José Augusto Vagos, do MPF.
Cabral será indiciado pelo crime de corrupção passiva, pois, na avaliação dos procuradores, ele autorizou seus operadores financeiros a realizar esquema criminoso na Fecomércio e pediu vantagem pessoais e para pessoas ligadas ao seu núcleo de atuação. A operação deflagrada ontem é um desdobramento da Lata Jato noRio.Dinizfoipresopreventivamente, sem prazo definido.
Para o MPF, Diniz lavou também cerca de R$ 3 milhões, entre 2007 e 2011, por meio de sua empresa, a Thunder Assessoria Empresariall, com contratos com companhias dos grupos Dirija e Rubanil.
A defesa de Orlando Diniz disse que as acusações são infundadas e que ele irá esclarecer todos os pontos e provar sua inocência.