Os riscos da autogestão
Falta de especialização e de transparência na prestação de contas pode atrapalhar
Aautogestão nos condomínios — quando são administrados pelos próprios moradores, sem assessoria de administradora — ainda é uma realidade em muitos edifícios. Segundo pesquisa da Estasa, gestora condominial, em Ipanema, Leblon, Lagoa, Jardim Botânico e Gávea há pelo menos 100 condomínios administrados por moradores. Nesse modelo, mais adotado em prédios com poucas unidades,geralmentenãoháconselho fiscal e as despesas são controladas apenas por uma pessoa.
“É comum um morador acumular as funções de síndico e administradordoprédiosemconhecerasobrigaçõeslegais.Háregrasa cumprirqueexigemconhecimento em direito, segurança, gestão de risco, contabilidade, recursos humanos e que vão variar conforme a infraestrutura do prédio”, diz Luiz Barreto, presidente da Estasa.
Marcelo Borges, diretor jurídicodaAbadi(AssociaçãoBrasileira dasAdministradorasdeImóveis), ressalta que exercer a gestão sem auxílio de empresa especializada poderá acarretar graves prejuízos. “Pode ser uma economia perigosa, pois há riscos de erros e desatendimentos a práticas legais, geradoresdepenalidadeseprejuízos para o condomínio, acarretando demandas judiciais”, alerta.
Sonia Chalfin, diretora da Precisão Administradora, diz que o síndico precisa ter o auxílio de um departamento de pessoal, que o ajude na contratação de funcionários bem como no cálculo de férias e rescisões.“A administradora oferece também controle mais apurado, por meio de gerente de conta, auxiliando na administração, notificando e enviando cartas aos inadimplentes, além de convocar assembleias e registrar os fatos em atas”, explica.