Voz de Marielle não será calada com sua morte
Adeus à vereadora é marcado por emoção e promessas de luta por seus ideais
Adespedida de Marielle Franco (PSOL),morta a tirosnanoitedequarta-feira, naRegiãoCentraldoRio,foicombativatalcomosecaracterizousua trajetória política.Ontem,na chegada ao Cemitério do Caju, o padre Geraldo Natalino fez discurso de protesto contra a perseguição de “favelados” por “poderosos” e clamou por justiça: “Vida tirada, vida ceifada. Mas a luta continuará. A luta não vai parar, por justiça, por verdade”. Em seguida, parentes,amigos,políticos,ativistase umalegiãodefãsecoaramumgritodeguerra(‘MarielleFrancopresente, agora e sempre’) e rezaram.
AdmiradoradeMarielle,aatriz ZezéMottaparticipoudacerimônia e não conteve as lágrimas:“Era umamártirbrasileira.Infelizmente, acho que ela vai despertar em nós a vontade de acordar todos os dias para fazer alguma coisa para mudar (a sociedade)”, declarou.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Jorge Felippe (MDB), disse que o crime não foi só contra a parlamentar, mas contra o Rio. E pediu que a polícia tome as medidas necessárias para a elucidação.“A violência foi perpetrada não apenas contra a Marielle, mas contra o simbolismo que ela representa: a perseverança do Estado Democrático de Direito, a defesadosmaisnecessitados,aluta contra as injustiças sociais.” Também foram ao cemitério os vereadores Tarcísio Motta, Paulo Pinheiro (ambos do PSOL) e Jones Moura (PSD), deputado estadual Flávio Serafini (PSOL) e deputada federal Benedita da Silva (PT).