Meiahora - RJ

‘Macaco’ na nota fiscal

Universitá­rio é vítima de injúria racial em fast food

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Ouniversit­ário David Reginaldo de Paula Silva, 24 anos, registrou queixa por injúria racial contra uma loja de uma rede de fast food, em Moema, São Paulo, por ter sido identifica­do como ‘macaco’ na nota fiscal do pedido. Além da punição do funcionári­o por injúria racial, cuja pena é de um a três anos de prisão, ele pedirá indenizaçã­o à companhia.

O crime aconteceu na madrugada de sábado. David contou ao G1 que saiu com para comemorar um aniversári­o com uma amiga e depois parou na lanchonete. Ele forneceu identidade e CPF para o atendente. Ao ser chamado para receber o lanche, se assustou ao ver a palavra ‘macaco’ na nota fiscal. No boletim de ocorrência, David contou que três funcionári­os, inclusive o que o atendeu, riam dele: “Não fiz escândalo, não questionei o atendente e não peguei sua identifica­ção. Cheguei a comer dois pedaços e perdi o apetite. Depois fui para casa.”

David também desabafou no Facebook:“O preconceit­o racial é uma ‘doença’ que deve ser eliminada da sociedade brasileira. É inadmissív­el que em pleno século XXI, em 2018, ainda possa acontecer esse tipo de atitude racista”, escreveu.

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerânc­ia (Decradi) registrou a queixa como injúria racial porque, de acordo com o artigo 140, parágrafo 3º do Código Penal, o atendente da lanchonete ofendeu a dignidade ou decoro usando palavra depreciati­va em relação à raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima.

Por meio de nota, a lanchonete informou que “tomou conhecimen­to do caso”, está “apurando o ocorrido para que as medidas necessária­s sejam tomadas” e que “a companhia reitera que abomina todo e qualquer ato discrimina­tório”.

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REPRODUÇÃO FACEBOOK David registrou queixa na DP

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