Tensão até o finzinho
STF rejeita pedido de habeas corpus de Lula, que poderá ser preso a partir da próxima semana
Por seis votos a cinco, os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram, na início da madrugada de hoje, rejeitar um pedido de habeas corpus apresentado pelos advogados de defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Condenado em segunda instância a uma pena de 12 anos e um mês de prisão, no caso do tríplex do Guarujá (SP), o ex-presidente poderá ser preso, por ordem do juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, em Curitiba, a partir da próxima terça-feira, quando se esgotam os recursos na segunda instância, no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.
O voto de Minerva (desempate) foi da ministra Cármen Lúcia, a presidente do Supremo Tribunal Federal e a última a apresentar sua posição, contra o habeas corpus, por volta de 0h30, após mais de 10 horas de sessão.
Considerada fiel da balança, a ministra Rosa Weber, que foi a quinta a votar, mudou seu posicionamento de 2016, quando votou contra prisões em segunda instância. Ontem, ela justificou a mudança, afirmando que desde 2016 vinha adotando, no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a “orientação hoje prevalecente, de modo a atender o dever de equidade que há de nortear a prestação jurisdicional, ou seja, tratar casos semelhantes de modo semelhante”.
O voto de Rosa Weber caiu como uma ducha de água fria entre os simpatizantes de Lula, que começaram a se dispersar. O ex -presidente acompanhou o julgamento na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).