Exterminador é preso
Ex-PM condenado por 30 homicídios virou pastor
Policiais civis da 126ª DP (Cabo Frio), na Região dos Lagos, prenderam, ontem, um pastor evangélico acusado de integrar um grupo de extermínio responsável por pelo menos 30 mortes, na Baixada Fluminense. De acordo com as investigações, os crimes ocorreram nas décadas de 1980 e 1990.
Conhecido como “Roberto Águia”, o pastor e ex-policial militar Renato Gomes, de 75 anos, havia sido condenado a 21 anos de prisão. Em 2004, ele recebeu liberdade condicional e não se apresentou mais à Justiça. Naquela ocasião, ele foi novamente condenado,destaveza35anosde reclusão, mas não foi localizado para cumprir a pena, sendo considerado foragido.
Desde 2004, o ex-policial, que chegou a ser reformado como terceiro sargento, mas, depois, foi excluído da Polícia Militar, após as acusações de assassinato, exercia a função de pastor em uma igreja evangélica, em Cabo Frio.
De acordo com os investigadores da Polícia Civil, ao ser localizado e preso, Gomes confessou os crimes e “afirmou ter perdido as contas de quantas mortes teria participado e que era muito temido na região”.
Violência e lendas urbanas
Ogrupointegradopor“Renato Águia” na Baixada Fluminense,nasdécadasde1980e1990,era consideradoumdosmaisviolentos do estado. À época, o Rio vivia em clima de extrema violência e, todos os dias, as manchetes dos jornais populares traziam imagens chocantes de corpos crivados de bala nas capas.
São dessa época alguns assassinos ou grupos que acabaram virando lendas urbanas, como o “Mão Branca”, personagem que assombrava culpados e inocentes pela crueldade.