O retorno de Cabral
Defesa convence STF e Gilmar Mendes critica uso de algemas
Oex-governador Sérgio Cabral (MDB) vai voltar para um presídio do Rio. Por três votos a um, a Segunda TurmadoSupremoTribunalFederal (STF) aceitou ontem o pedido da defesaparaqueeleretorneaosistemapenitenciáriodoestado.Em18 de janeiro, por ordem do juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, Cabral foi transferidodoPresídiodeBenfica, na Zona Norte, para uma prisão emCuritiba,apósadescobertade regalias ao ex-governador, como umavideoteca,comidascarasevisitasforadehora.Votaramafavor os ministros Gilmar Mendes, RicardoLewandowskieDiasToffoli. EdsonFachinfoiovotocontrário na sessão, que não contou com o quintointegrante,CelsodeMello.
Acusado de corrupção e respondendo a 22 processos, Cabral está preso desde novembro de 2016. Ainda na decisão de ontem, GilmarMendesinstaurouumainvestigação,queseráconduzidapor ele, em torno de possíveis abusos envolvendoatransferênciadoexgovernadorparaoParaná.Aprincipalcríticafoiaousodealgemase correntes durante o traslado, mas também,segundoGilmar,pelofato de a defesa não ter sido devidamente ouvida para rebater notícias“tomadas como verdadeiras”.
Ao comentar as irregularidades de que havia camarões, bolinhos de bacalhau e queijos, além de iogurtes destinados a Cabral em Benfica, o advogado Rodrigo Roca alegou que seu cliente é alérgico. “Ele toma remédio diariamente e não pode ingerir qualquer fruto do mar”, disse.
Em outubro passado, Gilmar Mendes já havia negado transferirCabralparaumaprisãofederal de segurança máxima, em Mato Grosso. Na época, o ex-governadorfezreferências,emdepoimento, às atividades empresariais da famíliadojuizMarceloBretas,que foramconsideradasumatentativa veladadeintimidaromagistrado.