‘Houve uma expansão maior do que as pernas’
Ministro Raul Jungmann admite que o projeto das UPPs não alcançou o que deveria
Ao comentar a extinção de 12 Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse o que o Estado nega desde 2013, quando o programa começou a declinar: “Todos sabem que as UPPs não alcançaram o que deveriam ter alcançado. Houve uma expansão maior do que as pernas”, afirmou ele, ontem.
Segundo relatório da PM que serviu de base para a escolha das unidades que devem acabar, o critério foi a capacidade de patrulhamento nas comunidades. Nas 39 UPPs, o estudo concluiu que a polícia não consegue atuar em quase um terço do total do território que deveria ser ocupado pelos policiais das unidades.
Na UPP mais comprometida, a Nova Brasília, no Complexo do Alemão, a mobilidade dos policiais só é possível em apenas 24% da área da comunidade. Caso os agentes saiam desse perímetro, haverá troca de tiros, a qualquer hora do dia. A Nova Brasília está na lista das que serão extintas.
Ainda em agosto, a Polícia Militar afirmou que as UPPs tanto do Complexo do Alemão quanto do Complexo da Penha irão se transformar em batalhões. Em memória às UPPs, ele será denominado Batalhão de Polícia Pacificadora (BPP) e ficará localizado na antiga sede da UPP, próximo ao Alemão.