Um abraço histórico
Coreias do Norte e do Sul retomam negociações para desnuclearizar a península
Olíder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, estabeleceram ontem um compromisso com a desnuclearização e prometeram que não haverá mais guerra na península, após reunião de cúpula histórica.
Após um aperto de mão muito simbólico na fronteira, Kim Jong Un afirmou que a Coreia está “no limiar de uma nova história”. Ele é o primeiro líder norte-coreano a pisar em solo sul-coreano desde a guerra (1950-1953) que oficialmente não acabou porque não houve acordo de paz.
“Os dois líderes declaram solenemente diante dos 80 milhões de coreanos e do mundo inteiro que não haverá mais guerra na península coreana e que, em consequência, uma nova era de paz começou”, diz a “Declaração de Panmunjom”, publicada após o encontro.
“Coreia do Sul e Coreia do Norte confirmam o objetivo comum de obter, por meio de uma desnuclearização total, uma península coreana não nuclear”, diz o texto.
A conversa foi elogiada pelos países estrangeiros. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, saudou a cúpula, mas ressaltou que só o tempo dirá se os resultados foram bons. A China ressaltou a “coragem” de Kim e Moon. O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe evocou “um passo positivo para uma resolução de várias questões envolvendo a Coreia do Norte”. O Kremlin (sede do governo russo) comemorou “novidades muito positivas”.
As duas Coreias se comprometeram com uma coordenação estreita para garantir que “não se repita a história infeliz que viu os acordos intercoreanos anteriores darem em nada”, disse Kim Jong-un.