Universidade do medo
Sequestros-relâmpago assombram alunos e professores no campus da UFRJ
‘Temos medo quando chegamos e saímos da universidade”. A frase da estudante do primeiro período de Fonoaudiologia Nathália Appollinario, 19 anos, poderia ter saído da boca de qualquer uma das 80 mil pessoas que, diariamente, passam pelo campus da Ilha do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ter medo faz parte da rotina de alunos, professores e funcionários da instituição.
Os bandidos agem livremente. A história do casal de professores sequestrado ali e mantido refém durante nove horas por bandidos e soltos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, sexta-feira, é apenas mais uma, como admitiu, por meio de nota, a universidade.
Ontem à tarde, mais uma vítima. Uma aluna da Nutrição foi atacada por dois bandidos quando chegava ao bloco N do Centro de Ciências da Saúde (CCS), mesmo local onde o casal de professores foi sequestrado. A jovem foi levada para sacar dinheiro no caixa eletrônico e teve os pertences roubados. Ficou 20 minutos refém dos bandidos, que ameaçaram violentá-la, antes de ser libertada no Hospital Universitário.
Segundo a própria UFRJ, entre janeiro e maio deste ano, seis casos de sequestros-relâmpago aconteceram no Fundão. A reitoria procurou, há cerca de 45 dias, o subsecretário de assuntos estratégicos da Secretaria de Segurança, Roberto Alzir, e pediu atenção. Ele se comprometeu em reforçar o policiamento nas vias, mas nada foi feito. Na universidade, a segurança das áreas externas cabe à Polícia Militar.