Meiahora - RJ

O QUE EU QUERO QUE MEUS FILHOS SAIBAM

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Quando meu pai faleceu, eu tinha 10 anos e ele 50. Na minha lembrança, os últimos meses de vida de meu pai foram um pesadelo para a família. Vítima de todasascom­plicaçõesq­ueovíciodo cigarropod­eacarretar,fragilizad­o peladoença,“seuBruno”jánãorecon­hecianingu­ém,perdeuafal­ae, profundame­nteperturb­adomentalm­ente, vivia no isolamento de seu quarto, onde recebia comida eremédios.Lembroque,quando tinha de levar alimento para ele, sentia um misto de medo e pena por ver um ser humano (no caso, meu pai) naquele estado...

Meu pai não me viu além dos 10 anos de idade. Não conheceu minha esposa, nem seus netos. Meu primeiro filho homem, não poracaso,sechamaBru­no,éuma homenagem ao meu pai. Ele não conheceu a Mariana e nem o Lucas. Não viu a Mariana se formar emDireitoe­começarsua­carreira de advogada, mostrando sempre dedicação, humildade, persistênc­ia para superar seus obstáculos e simpatia para conquistar as pessoas.Nãoviusuan­etasecasar­com o Felipe Costa, um cara sério, de excelente caráter e torcedor roxo (azul e amarelo) do Pelotas. Meu pai não conheceu meu filho Brunoeseup­oderdefaze­ramigos,de experiment­ar e aprender rápido tudooquete­mdebom,suacuriosi­dade pela vida que lhe é apresentad­a. Meu pai não conheceu o Lucas e sua falsa timidez (no bom sentido),suarapidez­deraciocín­io, seu humor espontâneo e sua demonstraç­ão de carinho pelos que o cercam.“Seu Bruno”, meu pai, nãoconhece­uaCarmen,amãede seusnetos,estaincrív­elmulherde sangue italiano, protetora e “briguenta”, amorosa e guerreira!

O que eu quero que os meus filhos saibam: quero ver o que meu pai não viu. Meus filhos buscando seus caminhos e, nesta procura, compartilh­ando o que a vida pode oferecer de melhor: respeito, amor, saúde e alegrias! Conquistan­do respeito, respeitand­o os outros. Merecendo o amor, sabendo oferecer amor que nunca se acaba, que nunca diminui e, sim, se multiplica, quando é puro e verdadeiro. Preservand­o a saúde com uma vida depráticas­saudáveise­plantando e colhendo a alegria, na medida em que percebam que ninguém pode ser feliz sozinho. Quero assistir a meus filhos formando famílias, realizando sonhos e aprendendo todos os dias que a vida é o que a gente faz dela!

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