Lula não sabe de compra de votos
Ex-presidente afirma desconhecer propina para escolha do Rio como sede da Olimpíada
Oex-presidente da RepúblicaLuizInácioLuladaSilva (PT)foiouvidopor44minutos, ontem, como testemunha de defesa do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) no processo queinvestigaasupostacomprade votos na escolha do Rio como sededaOlimpíadade2016.Lulanegouterconhecimentodepropina e disse que não era amigo de Cabral,nemdoex-presidentedoComitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman. Os dois sãoréusnaOperação‘UnfairPlay’, desdobramento da Lava Jato.
Esta foi a primeira declaração deLuladesde7deabril,quandose entregou em São Paulo e foi levado para Curitiba, onde está preso. A audiência, conduzida pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara FederalCriminal,aconteceuporvideoconferência.Lulausouumagravataverdeeamarela:“Édaconquista dasOlimpíadas”,gabou-se.
Antesdaaudiência,Cabralpediu para falar com Lula e desejar pêsames pela morte de Dona Marisa: “Vou aproveitar que minhafamíliaestáaqui.Estavapreso quandoDonaMarisafaleceu,então a transmissão dos meus sentimentos.Meuabraçoaosenhor,da Adriana, meu e dos meus filhos”.
Segundo a denúncia, Cabral, Nuzmaneodiretordeoperações e marketing do COB Leonardo Gryner solicitaram ao empresário Arthur Soares propina de 2 milhões de dólares (mais de R$ 7,6 milhões) para os senegaleses Papa Diack e Lamine Diack. O valor garantiria que os senegaleses votariam no Rio para sediar os Jogos Olímpicos.
Preso desde novembro de 2016, Sério Cabral conheceu o neto Marco Antônio, ontem, em visita autorizada pela Justiça.