Crivella sofre ameaça de impeachment no Rio
Vereador do MDB e o Psol protocolam dois pedidos por ‘improbidade administrativa’
Dois pedidos de impeachment contra o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), foram protocolados ontemnaCâmaraMunicipal,motivadospelareuniãocomevangélicosemqueeleofereceufacilidades a fiéis que precisassem operar catarataouvarizesemhospitaispúblicos e convencionados. Os requerimentos — um do vereador Átila Alexandre Nunes (MDB) e outrododeputadoestadualMarcelo Freixo (Psol) e de Isabel Lessa, presidente do Psol Carioca — acusam o prefeito de improbidade administrativa.
Procurada, a assessoria de comunicação do prefeito informou queelenãoiriacomentarospedidos de impeachment. A oposição precisa do apoio de 17 vereadores para suspender o recesso de julho da Câmara para discutir os pedidos, e já conseguiu 13.
Átila Nunes também pede a inabilitação de Crivella para exercer função pública por oito anos. O vereador alega que o histórico do prefeito “já seria motivo suficiente para caracterizar a prática de proselitismo religioso na administração pública”. Ele ressalta outros atos da atual gestão, como corte de verbas destinadas a eventos contrários aos preceitos evangélicos.
O encontro de Crivella com cerca de 170 líderes religiosos evangélicos, que não constava na agendaoficial,ocorreuem4dejulho,noPaláciodaCidade.Emuma dasfalas,gravadas,Crivellasugeriu aospastoresqueorientemosfiéisa procurarumaassessoradele,Márcia (da Rosa Pereira Nunes), que poderia agilizar as cirurgias.
O pedido de impeachment feito pelo Psol Carioca frisa que Crivella praticou improbidade administrativa, violou regulamento do Sisreg (o sistema de regulação da saúde, que organiza as filas) e fez uso indevido de bens e serviços públicos.