O esquema naufragou
PF desbarata quadrilha que usava navios para enviar e receber cocaína da Europa
Uma quadrilha especializada no tráfico internacional dedrogas,atravésdeportos noBrasilenaEuropa,foidesbaratadapelaPolíciaFederal(PF),ontem. A operação Antigoon, que aconteceu paralelamente no Rio, no Espírito Santo e em São Paulo, prendeu 12 suspeitos. Segundo a PF, essa foi a maior operação de combate ao tráfico internacional marítimo do Brasil. As drogas saíamdosportosdopaísdentrode contêineres direto para a Europa.
Os criminosos tinham um mapa dos contêineres e sabiam onde ficavam cada um deles no navio. A quadrilha era composta por despachantes aduaneiros, funcionários de terminais portuários, motoristas e agentes marítimos. Entre os presos está um casalquemoravaemcondomínio de luxo, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. Segundo a polícia, ele trabalha no setor financeiro, enquanto ela trabalha com comércio no exterior. Ambos usavam seusconhecimentosparamandar drogas para fora do país. Um caminhão também foi apreendido.
As investigações duraram cerca de um ano e contaram com o apoio da Receita Federal e das políciasdospaíses-alvodaquadrilha. Foram apreendidas cerca de quatro toneladas de cocaína em portos do Rio, Vitória (ES), Santos (SP),Salvador(BA)eSuape(PE), e também nos portos de Antuérpia (Bélgica), Gioia Tauro (Itália) eValência (Espanha).
A quadrilha usava cargas pouco visadas, como de material de construção, e colocava a droga entre o produto que seria exportado. Os lacres eram trocados e o dono do material nem ficava sabendo do esquema. No porto de destino, o contêiner era arrombado e a droga retirada, sendo colocado um novo e falso lacre. O pagamento era feito em dinheiro e também em moeda virtual (bitcoin) no exterior.