Câmara do Rio suspende recesso
Vereadores começam a discutir amanhã o futuro do prefeito Marcelo Crivella após áudio
Vereadores da oposição conseguiram reunir ontem as 17 assinaturas necessárias para a convocação da Câmara Municipal do Rio no meio do recesso de julho. O objetivo é discutir as denúncias de crime de responsabilidade e improbidade apresentadas contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB) após o vazamento de uma reunião em que ele é ouvido oferecendo facilidades a evangélicos, como rapidezparaoperarcatarata.Também foram oferecidos atalhos para cirurgias de varizes, suspensão de cobrança de IPTU de igrejas e instalação de pontos de ônibus perto de templos. Com isso, o futuro do prefeito começa a ser definido em sessão extraordinária amanhã, às 14h, quando a Casa deve decidir em votação se abre um processo de impeachment.
Parlamentares de oito partidos assinaram o requerimento. Segundo eles, o presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB), se comprometeu a publicar a convocação hoje no Diário Oficial da Casa. Para que a sessão extraordinária seja realizada, é exigida a presença de pelo menos 17 vereadores (um terço do total). E para que as denúncias sejam acolhidas, dando início ao processo que avaliaria se Crivella deve ou não ser impedido, são necessários 34 votos (dois terços).
“As assinaturas não são a favor ou contra o impeachment. Elas são a favor de que haja a sessão para discutir a abertura dos trabalhos”, explicou Tarcísio Motta (Psol), um dos vereadores que assinaram o requerimento.
Os vereadores que não comparecerem à sessão ou não justificarem a falta serão descontados. “A gente não sabe quantos votos vai ter (a favor). O que a gente quer é que a opinião pública conheça o posicionamento de cada vereador”, disse Paulo Pinheiro (Psol).