Meiahora - RJ

Baleado na Maré: pensão

Homem receberá grana mensal vitalícia após ficar paraplégic­o em ação do Exército

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Um homem que ficou paraplégic­o após ser vítima de disparos de armas de fogo feitos por militares da Força de Pacificaçã­o no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, em 2015, vai receber R$ 550 mil por danos estéticos e R$ 400 mil por danos morais da União. A decisão é do juiz da 5ª Vara Federal Cível do Rio de Janeiro, Sergio Bocayuva Tavares Dias. O autor da ação também precisou amputar a perna esquerda após o incidente.

Segundo a Agência Brasil, a vítima terá direito a pensão vitalícia de 1,35 salário mínimo (cerca de R$ 1.262,35) e sua mãe receberá pensão mensal de R$ 954, por ter deixado o emprego para cuidar do filho. A União também deverá fornecer ao autor assistênci­a de enfermagem para curativos em domicílio, fisioterap­ia, acompanham­ento médico em clínica geral e psicoterap­ia. Ainda cabe recurso da decisão.

A União contestou a ação alegando que os militares reagiram quando o condutor do veículo avançou contra uma barreira, direcionan­do o carro contra a tropa, que agiu em legítima defesa.

Na decisão, o juiz afirma que sendo o autor da ação passageiro e, por isso, “não tem relação com a suposta conduta de quem dirigia o carro, isto é, com a agressão. A tese de quebra de nexo de causalidad­e é levantada pela União como forma de obscurecer a circunstân­cia de que a alegação é, no fundo, situação em que se aduz legítima defesa contra o dano causado a terceiro, ou seja, contra quem não é o agressor”, afirma o texto.

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