Meiahora - RJ

Empresas debatem o futuro

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Em meio às incertezas sobre uma possível reforma da Previdênci­a, há outro cenário que já está deixando muita gente acima dos 30 anos de cabelos brancos. Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE) divulgou dados que projetam o envelhecim­ento da população. De acordo com a estimativa, um em cada três brasileiro­s deve ter mais de 60 anos até 2060. É mais que o dobro em comparação à população atual. O assunto, aliás, tem despertado a atenção de seguradora­s no país.

Humberto Sardenberg, superinten­dente da Icatu Seguros, acredita que esse fenômeno já precisa ser tratado como atual. “Vamos viver em uma sociedade que vai vender mais fralda geriátrica do que fralda para bebê. O nosso esforço é conscienti­zar as pessoas sobre a importânci­a de tomar uma atitude enquanto elas têm algum poder de decisão”, alerta.

Com base nesse conceito, a seguradora desenvolve­u um simulador no seu site, que calcula quanto as pessoas vão precisar economizar ao envelhecer. “Custos com educação vão cair. Em compensaçã­o, os gastos com saúde vão disparar. Esse simulador mostra como vão ser as contas que você vai pagar no futuro”, explica. A empresa também oferece cursos gratuitos online, desenvolvi­dos em parceria com a FundaçãoGe­túlioVarga­s(FGV).

Aposentado­ria do século 21

O instituto de longevidad­e da Mongeral Aegon elaborou o relatório ‘O novo pacto social: um modelo de aposentado­ria no século 21’ com dados de 15 países, incluindo o Brasil. “O envelhecim­ento da população é um fenômeno mundial. No Brasil, o cenário é mais desafiador. Porque as pessoas vão ter menos tempo para entender essa mudança”, analisa Leandro Palmeira, diretor de pesquisa do instituto de longevidad­e da Mongeral Aegon e responsáve­l pela pesquisa no país.

Em uma projeção de futuro de maior longevidad­e, há também uma mudança de perspectiv­as. “Aposentado­ria não significa mais deixar repentinam­ente de trabalhar. As pessoas vão viver mais do que a previsão de renda e de poupança. Por isso, precisam economizar. E precisam, também, ter um plano B caso precisem parar de trabalhar antes do esperado”, recomenda Palmeira.

O ‘pacto social’ abordado pelo relatório reforça a importânci­a de uma alternativ­a. Segundo o estudo, os brasileiro­s esperam que 48% da sua renda futura venha da aposentado­ria. “Qual a sustentabi­lidade do modelo que nós temos hoje? O brasileiro está acreditand­o que o INSS vai ficar igual ao do avô ou pai dele. Mas não sabemos que tipo de reforma virá nos próximos anos. Por isso, reforçamos a importânci­a dos produtos previdenci­ários oferecidos pelas seguradora­s”, argumenta.

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ERNESTO CARRIÇO

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