Família perde pensão
Viúva de chacina fica sem renda de três mínimos
Achacina de Vigário Geral completou 25 anos ontem commaisumanotíciatriste para Iracilda Toledo, viúva do ferroviário Adalberto de Souza, umadasvítimasdatragédia.Agosto foi o último mês em que ela recebeuapensãodetrêssaláriosmínimospeloassassinatodomarido — a sentença que determinou o pagamentodobenefícioprevêque a indenização seja paga pelo Estado até o aniversário de 65 anos de cada uma das vítimas. A chacina foi uma das maiores ocorridas no RiodeJaneiro.De51acusados,só um continua preso: o ex-policial militar (PM) Sirlei Alves Teixeira.
Na opinião de Iracilda, o prazo final de pagamento da pensão foi estipulado equivocadamente pela procuradoria. Ela disse que, nos anos 2000, o Estado reconheceu a culpabilidade e ofereceu pensão vitalícia para as famílias das vítimas.
“Eu fico muito triste, não por causa do dinheiro, mas pelo fato de acharem que a gente é bobo.‘Ah, é pessoal de comunidade, não vai fazer nada’. E não é assim. PrecisamosmostrarparaoEstado queelesnosfizerammal,efoipara vida toda, não é até os 65 anos deles”,afirmouaviúva,quepresidea AssociaçãodosFamiliaresdasVítimas da Chacina.
Iracilda chegou a procurar diversos órgãos buscando explicações, mas sem resposta. “Então estou aguardando para ver como vai ficar minha pensão neste mês. Provavelmente em setembro não devevirmaisopagamento.Senão vier, eu vou botar na Justiça.”