Museu Nacional pega fogo
Incêndio destrói 200 anos de história e cerca de 20 milhões de itens
Um incêndio de grandes proporções atingiu o MuseuNacional,naQuintada Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio, na noite de ontem.OCorpodeBombeiros,com quatro quartéis, foi acionado por voltadas19h30paraconteraschamas,masoacervocom20milhões depeçasfoitotalmentedestruído. Quatrovigilantesestavamnainstituição e conseguiram sair. Ninguém ficou ferido.
“O Museu Nacional é um dos símbolos da nossa cultura. Ele completou 200 anos em 2018, mas as coleções têm muito mais queisso.Éumatragédialamentável. Espero que depois desse acidente trágico, a gente consiga ter apoiodasociedadeparadefender o patrimônio histórico que está sendo perdido”, disse à GloboNews Paulo Knauss, diretor do MuseuHistóricoNacional,queficano Centro da Cidade.
Os três andares do prédio, que completou 200 anos neste ano e já foi moradia da Família Real, ficou totalmente tomado pelo fogo. Primeira instituição museológica e de pesquisa do Brasil, o museu foi criado como Museu Real, em 1818, por Dom João VI. É a instituição científica mais antiga do Brasil e é considerado o maior museu de história natural da América Latina.
O museu abrigava uma das maiores bibliotecas especializadas em ciências naturais do Brasil.IncorporadoàUFRJ,aunidade oferecia cursos de extensão, especialização e pós-graduação e sofria com a falta de manutenção e recursos. Até o fechamento desta edição não havia informação sobre as causas do incêndio.
EntreasrelíquiasdoMuseuestava uma múmia egípcia intacta. Ela integrava a coleção do Egito Antigo, comprada em 1826 por Dom Pedro I. Também constava o caixão do sacerdote Hori, datadode1049a1026a.C.Eraamaior coleçãoegípciadaAméricaLatina e a mais antiga das Américas.
O Museu também conservava o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizado de Luzia, que faz parte da coleção de Antropologia Biológica. Com 62 peças, o acervo de meteoritos era o maior do Brasil.