Questão de prioridade
Repasse da União ao museu encolheu 30% em 5 anos, em meio a farra de gastos
Oincêndio que destruiu o Museu Nacional era uma tragédia anunciada. Pelo menos é o que mostram os números cada vez menores de investimentos públicos no prédio histórico, que foi residência da família real portuguesa. Segundo o diretor do museu, AlexanderKellner,antesdoincêndioera necessárioqueumtotaldeR$300 milhões (R$ 30 milhões ao ano) fosse investido ao longo de dez anos para a restauração completa do edifício. Em contrapartida, os gastos da União com veículos, pagamentos de pedágios e IPVA, por exemplo, foi de cerca de R$ 1,6bilhãoapenasnoanopassado.
“A verdade é que são muitos gastos que não levam a absolutamente nada e que também não produzem nada para o Brasil. O que eu vejo é um governo sem a capacidade de gerir porque está com a corda no pescoço”, avaliou o economista Emir Baptista.
No início desse ano, a Câmara dosDeputadostambémaprovou o uso de R$ 16 milhões, metade do valor necessário para a restauração do museu, em reformas de imóveisqueservemcomomoradiadeparlamentares.Alémdisso, a Câmara assinou contrato de R$ 563 mil anuais para que 83 carros oficiaisde19deputadoscomcargos de direção fossem lavados. Já o auxílio-moradia do Judiciário custou aos cofres públicos R$ 5,4 bilhões entre setembro de 2014 e janeiro desse ano.
Os repasses da União para a manutenção do Museu Nacional também encolheram cerca de 30% nos últimos cinco anos. Segundo levantamento feito pela Comissão de Orçamento da Câmara, em 2013 foram R$ 979 mil em pagamentos ao Museu. Já esse ano, os repasses não alcançam os R$ 100 mil.