Falso policial entregou esquema de delegado
Trambiqueira teria pago R$ 50 mil ao bando para não rodar
Cobranças para liberar uma falsa médica que aplicava óleo de caminhão nas clientes; divisão de roupas falsas apreendidas na delegacia; pedido de desculpas a chefes da milícia. Essas são práticas que, por pelo menos dois anos, caracterizavam uma quadrilha formada porpoliciais,bombeiroseagentes penitenciários, comandada, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), pelo delegado Rodrigo Santoro.
As informações que desencadearam a operação Quarto Elemento e levaram à prisão de 48 pessoas, entre elas 26 policiais, contaram com a ajuda de um homem que atuava como policial civil, mesmo sem nunca ter feito concurso para a instituição. Ele fezumacordodedelaçãoapósser preso, em 2017, e se encontra no sistema de proteção a testemunhas,apósserameaçadodemorte.
Em outubro de 2017, o colaborador disse que um alvo da quadrilha foi “uma falsa médica que fazia aplicação de silicone de caminhão em mulheres, como procedimento estético, sem qualquer autorização”. O colaborador afirmou que, após localizarem o consultório e confirmarem o procedimento ilegal, resolveram dar o bote. Enquanto a mulher visada chorava, eles filmaram ampolas do óleo mineral e medicamentos que eram injetados nas pacientes para fins estéticos. Ela pagou R$ 50 mil, entregues por uma sobrinha, para não ser presa. A sobrinha reconheceu os policiais. A falsa médica é alvo de investigação. Em depoimento, o delegado Rodrigo Santoro negou as acusações.