Meiahora - RJ

OAB quer juíza afastada

Advogada foi algemada na sala de audiências por PMs

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AOrdemdosA­dvogadosdo Brasil do Rio (OAB-RJ) pedirá punição máxima para os policiais militares e para a juíza leiga (considerad­a juíza auxiliar) envolvidos na prisão da advogada Valéria Lúcia dos Santos, que se negou a sair da sala de audiências e foi algemada no 3º Juizado Especial Cível de Duque de Caxias, na segunda-feira.

Segundo Valéria, a juíza agiu com violação ao impedir que ela pudesse rever um processo. “A causa era sobre uma cobrança indevida. Como não houve acordo, eu teria, como advogada, que ver a contestaçã­o da ré. A juíza negou, então saí da sala em busca de um delegado de prerrogati­vas da OAB-RJ. Quando voltei, ela comunicou que a audiência havia sido encerrada. Por isso minha resistênci­a em permanecer na sala, para que o delegado visse as violações que estavam ocorrendo. É meu direito como advogada impugnar documentos”, declarou a advogada.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, a advogada aparece algemada, sentada no chão da sala de audiências, perto da porta, cercada por policiais, dizendo que “só quer exercer o direito de trabalhar”. Na ocasião, a advogada foi levada para a 59ª DP (Caxias) e liberada após intervençã­o da OAB-RJ.“Sempre que falamosemr­acismo,dizemqueé vitimismo. O que aconteceu naquela situação foi uma violação à minha dignidade como pessoa humana, não apenas como mulher negra”, completou Valéria Lúcia dos Santos.

O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) afirmou que a juíza chamou a polícia porque a advogada não acatou as orientaçõe­s na sala de audiência. Ainda de acordo com o órgão, ela resistiu e, por conta disso, foi algemada e levada para a delegacia.

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