Água com esgoto no Inca
Cirurgias e quimioterapia estão suspensas até solução do problema
‘Eu quero viver. Se der metástase, eu não vou conseguir. Estou com muito medo”.Odesabafo,emtomdesúplica,édoaposentadoM.,62anos, cuja operação para extirpar um tumor na mandíbula, que estava agendadaparaontem,foisuspensa, assim como todas as cirurgias eletivas marcadas para o Hospital doCâncer1(HC1)—aprincipal unidadedoInstitutoNacionaldo Câncer(Inca),naPraçaCruzVermelha,noCentro.
Segundo funcionários, vazou esgoto para as cisternas de água potável da unidade. Além das cirurgias, as quimioterapias adulta e infantil e o setor de endoscopia ficarão sem funcionar, provavelmente, até quinta-feira, quando deve ficar pronta a conclusão das análises microbiológicas da água.
“Consultas ambulatoriais e examesdelaboratóriocontinuam a ser realizados normalmente. O Banco de Sangue também está aberto aos doadores”, comunicou o Inca. Segundo o instituto,“no domingo, 23 de setembro, houve uma pane em uma bomba responsável pela destinação final dosresíduosdaNutriçãodoHC1. Após a pane, verificou-se risco de contaminação de uma das cisternasdohospital,queteriaafetadoa qualidade da água distribuída em umadascolunasdoedifício.Toda aáguadosistemaatingidofoidescartada e o reservatório submetidoaumahigienizaçãoereabastecimentocomáguadeoutrafonte”.
Ontem, o Inca colocou em prática um plano de contingência no HC1, “com distribuição de água mineral a colaboradores, pacientes, acompanhantes e visitantes”, mas o estrago já estava feito. Cartazes alertando para não consumir água de bicas e bebedouros foram espalhados no Inca.“Pessoas que saíram de cirurgia foram lavadas com esta água, que também foi usada na diálise”, denunciou um dos funcionários.