PM corrompeu testemunhas
Soldado ofereceu dinheiro por depoimentos mentirosos de vizinhos
Os desembargadores da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio condenaram o soldado da Polícia Militar Bruno Medeiros Athanasio a uma pena de quatro anos de reclusão, em regime aberto, pela participação no plano para corromperduastestemunhasaprestaremdepoimentosfalsosnocaso do desaparecimento do pedreiro Amarildo Dias de Souza, ocorrido em agosto de 2013.
Os magistrados acompanharam por unanimidade o voto do relator, desembargador Joaquim Domingos de Almeida Neto, que manteve, ainda, a mesma pena para o major da PM Edson Raimundo dos Santos, comandante daUnidadedePolíciaPacificadora (UPP)daRocinhaàépoca,eosoldadoNewlanddeOliveira,condenados em junho de 2017 pela Auditoria da Justiça Militar.
No julgamento anterior, em junho, Bruno Athanasio havia sido absolvido por falta de provas. O Ministério Público ajuizou o recurso, apelando da decisão, e obteve a condenação do terceiro acusado.
De acordo com a ação, os acusados ofereceram R$ 850 em dinheiroeoalugueldeumacasafora da comunidade da Rocinha para uma moradora, a fim de que ela prestasse depoimento falso sobre os inquéritos da Polícia Militar e daDelegaciadeHomicídios(DH) daCapital,quebuscavamapuraro envolvimentodosmilitaresnodesaparecimento de Amarildo.
Ainda segundo as investigações, o acordo era para que a moradora afirmasse no depoimento que o responsável pela morte de Amarildo teria sido o traficante conhecidonacomunidadecomo “Catatau”.Damesmaforma,combinaramcomoutromoradorpara prestardepoimentoigual,emtrocadeR$500emdinheiroefraldas descartáveis para a filha bebê.