Meiahora - RJ

Trans espancada

Ataque brutal teria sido motivado por homofobia

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Osimples fato de ser trans quase pôs fim à vida da cantora Julyanna Barbosa, de 41 anos, a‘Garota X’, ex-vocalista da Furacão 2000, agredida violentame­nto por pelo menos quatro homens, sábado, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Julyana conta que subia a passarela sobre a via, no Centro de Nova Iguaçu, quando ambulantes começaram a ofendê-la. “Bolsonaro vai ganhar para acabar com os veados, essa gente lixo tem que morrer”, gritaram os agressores, segundo Julyana.

“Euargument­eiquenãoes­tava mexendo com ninguém, perguntei por que eles me chamaram de lixo e disse que mereço respeito. Foi aí que um deles pegou a barra de ferro e começou a me agredir. Na primeira pancada, fiquei tonta e caí. Logo depois vieram mais três, quatro homens dando socos e chutes em mim”, conta.

Ela escapou dos agressores e procurou a UPA de Queimados, onde precisou levar 10 pontos na cabeça. Julyana registrou queixa na 56ª (Comendador Soares) ontem e, hoje, será submetida a exame de corpo de delito.

Coordenado­r executivo do Grupo Arco-Íris de Cidadania e diretor de Políticas Públicas da Aliança Nacional LGBTI (Lésbicas,Gays,Bissexuais,Transexuai­se Intersexua­is),CláudioNas­cimentovêc­ompreocupa­çãoaexplos­ão dos casos. Segundo ele, desde domingo, dia da eleição, o grupo já registrou 15 ocorrência­s.

“Em todos os casos ligados à eleição, os acusados se dizem eleitores do Bolsonaro, falam com muita violência, sem nenhum tipo de respeito”, disse Nascimento, também vítima da intolerânc­ia: “Depoisdevo­tar,acaminhode­casa,umgrupocom­camisasdoB­olsonaro gritou que os veados terão duasopções:voltarpara­oarmário ou morrer”, contou.

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