Delegacias eram usadas como escritório do crime
Corregedoria prende dois delegados e cinco inspetores na Baixada
Umaquadrilhalideradapor doisdelegadosequeusava as próprias delegacias para extorquir e ameaçar pessoas envolvidas em crimes foi desbaratada ontem pela Corregedoria Geral da Polícia Civil (Coinpol). De acordo com as investigações, o grupo praticava extorsão e se chamava Bonde dos Coroas, por causa da idade dos integrantes.
A operação‘Infiltrados’prendeu os delegados Leonardo Guimarães de Godoy Garcia Grivot, plantonista da 52ª DP (Nova Iguaçu), e Matheus de Almeida Romanelli Lopes, titular da 53ª DP (Mesquita), ambas na BaixadaFluminense.GrivoteMatheus foram presos nas delegacias.
Além dos delegados, também foram para a tranca os inspetoresCarlosAlbertoFalcão,Cosme de Araújo Conceição, Leonardo Ferreira Amaral e Sérgio BezerradeAndrade.OagentePauloda Silva Carvalho não foi encontradoemcasa,emNovaIguaçu,mas ele se apresentou na Coinpol, no Centro do Rio. O grupo é acusado de extorsões que podiam chegar a mais de R$ 50 mil.
Além dos mandados de prisão, foram feitas buscas e apreensão de materiais nas duas delegacias. A operação aconteceu na capital, Nova Iguaçu, Mesquita, Seropédica e Niterói.
“A corregedoria faz seu trabalho. Não condescende com desvios funcionais, jamais”, disse o corregedor da Polícia Civil, delegado Gilson Emiliano.
Um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) será aperto pela Corregedoria Geral Unificada (CGU) para apurar a conduta dos agentes públicos. A sanção máxima poderá ser a demissão dos sete policiais. Eles vão responder por formação de quadrilha, extorsão mediante sequestro, roubo qualificado, concussão (quando se exige vantagem financeira indevida) e constrangimento ilegal. Se condenados, podem pegar de 17 a 40 anos de prisão.