Fizeram pouco caso
Médicos são indiciados por homicídio culposo
Quatro médicos envolvidos no atendimento e internação de Irene de Jesus Bento, de 52 anos, morta no dia 28 de julho após peregrinar entre o Hospital Estadual Getúlio Vargas (HGV), na Penha, e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do mesmo bairro, foram indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). Irene faleceu oito horas depois de ter o primeiro atendimento rejeitado no HGV. Segundo a Polícia Civil, uma das médicas abandonou o plantão. O caso só chegou ao conhecimento público porque o filho da mulher filmou tudo.
Os indiciados são: Ana Paula Noronha, quem deveria prestar o primeiro atendimento e quem foi flagrada pelo filho da vítima mexendo em um celular, Maria de Fátima Bartholo, responsável pelatriagemquenãodeterminou o caso de Dona Irene como grave e que encaminhou a paciente à UPA,HectorFabianBernal,chefe da equipe médica que decidiu sedar a paciente, e Roxana Mamani, última plantonista que atendeu Dona Irene e quem decidiu dar mais sedativos a ela.
Em depoimento prestado em agosto na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa no Estado doRiodeJaneiro(Alerj),odiretor do Hospital Getúlio Vargas, Paulo Ricardo da Costa, admitiu que houveerromédico.Segundoele,o correto seria o encaminhamento deIrenedeJesusparaasalaamarela, destinada a casos de gravidade moderada e urgentes.
Foram abertas duas sindicâncias para o caso. Uma pela PróSaúde, que administra o HGV, e outrapelaSecretariadeEstadode Saúde (SES). A Pró-Saúde afastouoitofuncionários.Umaenfermeira pediu demissão e dois profissionais foram demitidos, entre elesAnaPaulaNoronha,quequebrouoprotocolodeatendimento.
Policiais da 35ª DP (Campo Grande) prenderam a falsa médica Simone Costa em Mesquita, na Baixada Fluminense, na madrugada de ontem. A massoterapeuta é acusada de aplicar um líquido nos glúteos da comerciante Ângela Pedrosa, de 25 anos, em procedimento estético irregular realizado no dia 17 de outubro, na casa dos pais de Simone, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. Desde então, Ângela está internada em estado grave, com infecção generalizada, no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande.
Em depoimento na delegacia, Simone teria admitido mais uma vez que atendeu Ângela. Além disso, a massoterapeuta teria dito que aplicou um remédio na mulher para que a dor passasse. Simone responde por lesão corporal gravíssima e pelo exercício ilegal da medicina.