Milicianos navegam em águas nada tranquilas
Polícia estoura píer de transporte irregular em Rio das Pedras que custou R$ 3 milhões
Policiais do Comando de Polícia Ambiental (CPAm) encontraram em Rio das Pedras, ontem, um píer construído por milicianos que exploram o transporte aquaviário naquela região da Zona Oeste. O deque funcionava como a estação das balsas de Rio das Pedras. Era lá que os moradores da comunidadeembarcavamrumo às áreas nobres da Barra da Tijuca, incluindo as Ilhas Primeira e da Gigóia, e às comunidades do Itanhangá. O coronel Jorge Pimenta, comandante do CPAm, não soube informar quanto a milícia cobrava pela passagem. “Nós não flagramos o transporte sendo feito”, explicou o oficial.
A certeza da impunidade era tanta que os milicianos investiram R$ 3 milhões na construção do píer. A qualidade da obra impressiona: é um deque que se assemelha a uma passarela flutuante sobre as águas do Canal de Marapendi. O píer é suportado por largas estacas e pilares. O coronel Pimenta disse que o píer foi interditado e ressaltou que “a Prefeitura do Rio foi comunicada e cabe à ela demolir a estrutura”. O comandante do CPAm disse ainda que compete à Capitania dos Portos fiscalizar o transporte aquaviário.
Emoperaçãonaregião,50pessoas foram detidas por envolvimento, também, em crimes ambientaiseoutrasatividadesilícitas, comoconstruçãoirregular.Ospoliciais apreenderam ainda caminhões,máquinaseequipamentos de construção.