Pista levaria a milicianos
Secretário: motivo seria grilagem
Milicianos teriam matado Marielle Franco (Psol), em um crime planejado desde 2017, por acreditarem que a vereadora poderia atrapalhar os negócios ligados à grilagem de terras na Zona Oeste do Rio. A informação foi dada pelo secretário de Segurança Pública, general RichardNunes,ementrevistaaojornal O Estado de S. Paulo.
Para Richard Nunes, os criminosos superestimaram o papel que a vereadora poderia desempenhar. “Ela estava lidando com determinada área do Rio controladapormilicianos,ondeinteresseseconômicosdetodaordemsão colocados em jogo. No momento em que determinada liderança política, membro do Legislativo, começa a questionar as relações que se estabelecem naquela comunidade, afeta os interesses daqueles grupos criminosos”, disse.
Segundo ele, a investigação busca coletar e cruzar dados em um quadro de deficiência estrutural grande. O general afirmou que foram colhidos centenas de depoimentos sobre o caso, que conta com 19 volumes de investigação.
Namanhãdeontem,aDelegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e o Ministério PúblicodoRio(MPRJ)cumpriramseis mandados de busca e apreensão em endereços do vereador Marcello Siciliano (PHS).
A polícia esteve na casa do parlamentar, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e em seu gabinete na Câmara do Rio. Siciliano não foi encontrado, mas sua mulher, Verônica Barbosa Garrido, foi conduzida à delegacia.
Logo depois, o vereador foi à delegacia e se disse revoltado com a ação.“Depois de nove meses, inventaram uma operação pelaDelegaciadoMeioAmbiente para tentar me incriminar. Eu não sou criminoso, não sou bandido. Estou muito triste e envergonhado com essa situação toda errada ao meu respeito. Vou lutar até o final”, garantiu.