Intervenção é criticada
Observatório contesta resultados obtidos após ocupação das forças armadas no Rio
Aintervenção federal na segurança pública do Rio completa dez meses hoje e geraquestionamentos.Segundoo Observatório da Intervenção, iniciativa da Universidade Candido Mendes, a ação, que começou em 16 de fevereiro e acaba no último dia de 2018, deixou a desejar em alguns índices em relação ao período entre fevereiro e outubro de 2017. Apesar da redução de roubos de carga, de 14,4% (chegou a 6.691), a baixa no número de homicídios, de 5,5% (3.747), é considerada insuficiente. Além disso, houve aumento em outros índices. Os dados são do Instituto de Segurança Pública (ISP).
A quantidade de pessoas mortas por policiais aumentou em 40% (1.151). Já o roubo de rua subiu 3,9% (99.267). O dado mais alarmante está relacionado à quantidade de tiroteios. Segundo a plataforma digital Fogo Cruzado, esse índice aumentou 56% (8.193).
Em relação ao R$ 1,2 bilhão do orçamento da intervenção, o Observatório da Intervenção questiona o uso de apenas 6% (R$ 72 milhões), segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) da última quinta-feira. “O que vimos foi o aprofundamento de erros históricos: a reafirmaçãodaestratégiadeconfrontos armados, gastos concentrados em operações e a ausência de uma reforma estrutural da política de segurança”, diz o relatório.
O Observatório da Intervenção ainda contabilizou 53 chacinas,com213mortos.Emtiroteios, morreram 1.203 pessoas e 1.090 ficaram feridas. Dentre os agentes de segurança, 103 morreram.