Xerifes de quatro patas
Cães farejam de drogas a chips, capturam fugitivos e controlam motins em presídios
No dia 12 de abril deste ano, um funcionário da padaria da Penitenciária Industrial Esmeraldino Bandeira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, tentava entrar com drogas, quando latidos denunciaram a atitude suspeita. O homem correu, mas acabou pego por agentes e admitiu ter descartado os entorpecentes. N dia 5 de junho, embaixo de uma pedra no estacionamento do Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, no mesmo complexo, foi encontrada balança de precisão que seria usada para embalar drogas.
Em todos os casos, os responsáveis por auxiliar na localização dematerialilícitoounacapturade presos em fuga não eram agentes penitenciários humanos, mas, sim,‘xerifes’de quatro patas do timedogrupamentodeoperações com Cães (GOC) da Secretaria de Estadodeadministraçãopenitenciária do Rio (Seap).
Oórgãocontacomdezcãesem atividadenocanil,sediadoemgericinó.a maioria é proveniente de doações. Entre as ações praticadas pelos peludos, está a de proteção e contenção, que consiste no uso dos animais para evitar a fuga de presos durante transferências. Os caninos também agem em conjunto com o Grupamento de Intervenções Táticas (GIT), a tropa de elite da Seap, no controle de motins ou rebeliões e auxiliam no resgate de reféns.
“Se eu entrar com um cão desse, querendo te pegar, babando, vocêvaiparacima?presonenhum vai. É mais fácil o preso ir para cima de um combatente tentar a sorte do que de um cachorro porquesabeque,semorder,vaiserpara machucar”,diz a chefe do GOC, Lucia Helena Pimentel Rangel.