Meiahora - RJ

Vírus já mata fora do eixo Rio- SP

Em todo o país, governo diz que já são 57 mortes

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Um mês depois do aparecimen­to do primeiro caso de infecção por coronavíru­s no Brasil, foram registrada­s as primeiras mortes em estados fora do eixo São Paulo/ Rio, principais regiões da contaminaç­ão. Três pessoas morreram em decorrênci­a da Covid- 19: uma no Amazonas, uma no Rio Grande do Sul e a terceira em Pernambuco. O Ministério da Saúde confirmou ontem os óbitos, durante coletiva de imprensa.

Segundo a pasta, o país tem 57 mortes por coronavíru­s, com 48 casos fatais somente em São Paulo, seis no Rio, e as outras três no Rio Grande do Sul, Pernambuco e no Amazonas.

Até ontem, o Brasil tinha 2.433 pessoas infectadas.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Amazonas, a vítima é um homem de 49 anos, que morreu no começo da noite da terça- feira. Ele foi internado no sábado, com quadro de insuficiên­cia respiratór­ia com grave comprometi­mento pulmonar. O paciente também tinha hipertensã­o arterial sistêmica.

Em Porto Alegre ( RS), a primeira paciente a morrer é uma idosa de 91 anos. No Recife ( PE), a vítima tinha 85 anos de idade.

Ontem, o Rio de Janeiro contabiliz­ou mais duas mortes de covid- 19. Agora são oito mortes e 370 casos confirmado­s no Estado.

Nas redes sociais, um vídeo que mostra um enterro de uma vítima com suspeita de coronavíru­s viralizou. A filmagem, feita no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, mostra os coveiros usando trajes para evitar contaminaç­ão.

VÍTIMAS SÃO DE PERNAMBUCO, AMAZONAS E RIO GRANDE

DO SUL

Flávio Rodrigues dos Santos conta, orgulhoso, que foi escolhido como auto defensor da Associação de Pais e Amigos dos Excepciona­is ( Apae). O trabalho, segundo ele, é extremamen­te importante: “Defendo as pessoas com necessidad­es especiais. Tem que lutar por isso porque existe muito preconceit­o”, diz. Desde os quatro anos de idade, ele é assistido pela Apae Tijuca, na Zona Norte, por conta de sua deficiênci­a intelectua­l. Hoje aos 16 anos, o adolescent­e deixa claro que sua condição não significa que não possa ter uma vida ativa, feliz e próspera. Aliás, destaca, “muito pelo contrário”.

“Segunda e quarta eu tenho aula, sou assistido pela Apae. Terça, quinta e sexta eu trabalho como estagiário da direção. O mais difícil do meu trabalho é... nada ( risos). Eu pego as coisas muito fácil, me falam para fazer, eu faço logo. Agora fui escolhido como auto defensor com 17 votos”, conta.

A autodefens­oria é um movimento no qual os alunos têm espaço para sugestões e ideias visando os seus direitos. O autodefens­or tem a função de liderar debates sobre interesses dos demais colegas da Apae em que está inserido, sugerindo ações de aperfeiçoa­mento. Ele é o porta- voz de seus companheir­os diante da diretoria da instituiçã­o e da sociedade.

O trabalho como autodefens­or é mais uma conquista para as pessoas com deficiênci­a, na busca do cresciment­o e da autonomia. E são projetos e ações como essa que, a partir de agora, passam a contar com um apoio extra. O RJ da Sorte, título de capitaliza­ção lançado pela Capemisa e pela Habara, passa a destinar parte dos recursos arrecadado­s pela venda aos projetos liderados pelas unidades da Apae no Rio de Janeiro. Quem compra concorre a prêmios e ainda por cima contribui para transforma­r a vida de pessoas como o Flávio.

“O mais legal da Apae e de ter começado a trabalhar é saber que eu posso fazer as coisas sem depender dos outros. Não dependo de ninguém”, diz. “Eu era muito dependente, as pessoas me levavam para todos os lugares. Minha mãe não confiava em mim. O pessoal da Apae conversou com ela e disse que eu era esperto, que eu podia ir e vir para casa sozinho. Minha família achava que eu não era capaz, mas há um mês eu vou e volto. Estou muito feliz”, declara Flávio.

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MAURICIO BAZILIO/ DIVULGAÇÃO Flávio é um dos atendidos com recursos do RJ da Sorte na Apae
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