MP que vai prorrogar o ‘ trezentão’ sai amanhã
Benefício será pago até dezembro. Oposição contesta o valor
Aprorrogação do auxílio emergencial por mais quatro meses e sua redução à metade, precisa passar pelo Congresso. O anúncio foi feito ontem pelo presidente Jair Bolsonaro ao lado de ministros e líderes da base aliada. Entretanto, o que parece ser dado como certo pelo governo, vai enfrentar resistência na Câmara dos Deputados: partidos de oposição, como Psol e PSB, já afirmaram que vão trabalhar para que o valor do benefício não seja inferior aos atuais R$ 600. A prorrogação será feita por Medida Provisória e terá validade assim que for publicada no Diário Oficial da União, mas precisa ser referendada pela Câmara.
“A base do governo vai querer votar os R$ 300, mas haverá desgaste”, garante o deputado Marcelo Freixo ( Psol- RJ). O parlamentar aponta saídas para que o governo possa garantir recursos que permitam os pagamentos mas, segundo ele, falta vontade política para implementar as medidas.
“A Reforma Tributária poderia enfrentar a desigualdade. Poderíamos
taxar as grandes fortunas, heranças e ter Imposto de Renda sobre lucros e dividendos. Isso garantiria um auxílio melhor”, pontua Freixo.
Já o deputado federal Alessandro Molon ( PSB- RJ) lembra que foi a Câmara que garantiu um valor maior para o auxílio pago a informais, autônomos, microempreendedores e desempregados: “O auxílio emergencial de R$ 600, aprovado pelo Congresso contra a vontade de Bolsonaro, evitou uma catástrofe econômica e humanitária ainda maior. E olha que o governo só queria aprovar R$ 200. Continuaremos lutando pelo auxílio de R$ 600 para garantir dignidade para o nosso povo”, afirma.
Em coletiva ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia ( DEM- RJ), disse que a Casa deverá avaliar com calma a MP. “Devemos trabalhar essa medida provisória com todo cuidado para que a gente possa atender de fato os mais vulneráveis sem dar uma sinalização de descontrole na administração da dívida pública brasileira”, disse Maia. Para ele, foi importante o governo tomar a decisão sobre prorrogar o pagamento.